Principais pontos de atenção na locação comercial para evitar problemas jurídicos

Principais pontos de atenção na locação comercial para evitar problemas jurídicos

Abrir o próprio negócio é um grande passo para empreendedores que veem suas visões e sonhos se tornando realidade.
No entanto, entre a escolha da localização dos sonhos e a inauguração de sua empresa, há uma fase crucial que frequentemente é subestimada, a elaboração e assinatura de um contrato de locação comercial. Este documento é o alicerce sobre o qual seu negócio será construído que define os termos e condições da locação, mas também uma área onde as armadilhas e os desafios jurídicos podem surgir.
Neste artigo, exploraremos minuciosamente os principais pontos de atenção na locação comercial, a fim de fornecer a você o conhecimento necessário para evitar surpresas desagradáveis e garantir um relacionamento de locação bem-sucedido

O contrato de locação comercial é a segurança do seu negócio

O contrato de locação é o documento que formaliza o acordo entre o proprietário do imóvel, conhecido como locador, e a pessoa ou empresa que aluga a propriedade, o locatário. Esse contrato estabelece um período de tempo predeterminado e requer o pagamento de um aluguel acordado.

A elaboração de um contrato de locação comercial é a melhor forma de garantir segurança jurídica ao longo de todo o processo. Há uma máxima popular que diz “o combinado não sai caro”, que se encaixa perfeitamente nessa situação. Esse contrato traz clareza às obrigações e direitos de ambas as partes, evitando desentendimentos e oferecendo suporte em momentos necessários.

Para empresas e propriedades voltadas para uso corporativo, esse contrato se chama contrato de locação comercial. Sua confecção segue as regulamentações estabelecidas na Lei n.º 8.245, mais conhecida como Lei do Inquilinato, em vigor desde 1991, que estabelece diretrizes e procedimentos para a locação de propriedades urbanas.

O que todo contrato de locação comercial precisa ter?

Com base no que foi estabelecido pela Lei do Inquilinato, um contrato de locação precisa conter:
Detalhes das descrições
Isso se refere à necessidade de que o contrato de locação de um imóvel comercial seja muito detalhado e claro em suas descrições. Para evitar dúvidas ou ambiguidades que possam levar a problemas legais no futuro, é fundamental que o contrato descreva minuciosamente o que está sendo locado, incluindo detalhes sobre o imóvel, como sua localização, tamanho, estado de conservação e mobília (se houver). Não hesite em revisar o contrato, pedir correções se necessário e, se possível, obter orientação de um advogado especializado para garantir que o contrato seja completo e preciso.

Prazos

Ao negociar os prazos de locação, é importante buscar uma duração que seja confortável e adequada ao seu negócio. Esse aspecto do contrato é essencial porque a localização de sua empresa pode ser crucial para sua reputação e sucesso. Evite comprometer a flexibilidade e a reputação de seu negócio ao garantir que os prazos de locação se alinhem com suas necessidades e expectativas para o futuro. A lei não estabelece um prazo mínimo ou máximo, portanto, é uma área em que você pode negociar com o locador.

Cobranças além do aluguel

Muitas vezes, concentramos nossa atenção no valor do aluguel e negligenciamos outras despesas associadas. É essencial verificar quais encargos além do aluguel serão cobrados, como contas de água, luz, taxas de condomínio, imposto predial (IPTU) e outras tarifas. A Lei do Inquilinato geralmente coloca a responsabilidade do pagamento de impostos e taxas sobre o locador, mas isso pode ser negociado de forma diferente entre as partes. Certifique-se de entender completamente esses custos e avaliar se eles cabem em seu orçamento.

Vistoria e estado de conservação

Antes de assinar o contrato, é importante inspecionar minuciosamente o estado do imóvel que você pretende alugar. Esta vistoria deve ser detalhada e deve incluir a verificação do estado da propriedade, incluindo possíveis danos, vazamentos, infiltrações, condições elétricas e outros aspectos. Qualquer problema encontrado durante essa vistoria deve ser registrado e, se possível, documentado com fotografias. O estado de conservação do imóvel registrado na vistoria inicial servirá como referência no momento da desocupação. Portanto, é crucial solicitar uma vistoria atualizada pelo locador ou pela imobiliária e visitar o imóvel pessoalmente para garantir que você está ciente das condições.

Validade das assinaturas

Para garantir a validade do contrato, é importante que as assinaturas das partes sejam autenticadas em cartório ou utilizem assinaturas via Certificado Digital. Embora em teoria um contrato assinado, mesmo sem reconhecimento de firma, seja válido juridicamente, existem exceções e situações em que a validade das assinaturas pode ser contestada. A autenticação em cartório ou o uso de Certificado Digital ajudam a evitar golpes, fraudes e possíveis problemas legais, proporcionando máxima segurança ao contrato de locação.
Principais pontos de observação

1. Prazo da Ação Renovatória

Uma das considerações mais vitais na locação comercial é o prazo da ação renovatória, estabelecido em 5 anos de acordo com a legislação. Esse período define a possibilidade do locatário solicitar a renovação compulsória do contrato, assegurando a continuidade das operações no mesmo espaço.
É imperativo que ambas as partes estejam cientes desse prazo e monitorem atentamente sua aproximação. Para o locador, isso implica a necessidade de planejar possíveis renovações ou ajustes contratuais, enquanto o locatário deve considerar essa janela temporal ao planejar a expansão ou mudança de seu empreendimento.

2. Laudo de Vistoria Detalhado

A realização de uma vistoria detalhada, preferencialmente conduzida por uma empresa especializada, é uma salvaguarda essencial na locação comercial. Esse laudo documenta minuciosamente o estado do imóvel no início da locação, incluindo detalhes sobre sua estrutura, condição e quaisquer imperfeições existentes.
Para o locador, esse laudo é uma ferramenta valiosa para evitar disputas infundadas sobre danos ao imóvel no final do contrato. Para o locatário, representa uma defesa robusta contra reivindicações injustas de prejuízos causados durante a ocupação. Investir em um laudo de vistoria de qualidade é uma estratégia proativa para mitigar conflitos e preservar a integridade da relação locatícia.

3. Realização de Benfeitorias

A questão das benfeitorias é um ponto sensível na locação comercial. Locadores muitas vezes incentivam locatários a realizar melhorias no espaço, visando aprimorar sua adequação às necessidades do negócio.
No entanto, é essencial abordar essa questão de forma clara e formal no contrato de locação. O documento deve estabelecer diretrizes sobre quais tipos de benfeitorias são permitidas, quem assume os custos e como essas alterações impactam a relação contratual.
Para o locatário, é crucial documentar cuidadosamente todas as melhorias realizadas, garantindo o devido reconhecimento e possíveis compensações ao final do contrato.

4 cuidados na hora de fechar um contrato de locação comercial

Analise o imóvel detalhadamente: Não se limite ao preço e à localização; verifique todas as características necessárias para o seu negócio.
Firme o contrato por escrito: Evite acordos verbais, mesmo com conhecidos. Um contrato escrito é fundamental para comprovar cláusulas e condições.
Conte com consultoria especializada: Consulte um advogado para revisar o contrato e garantir que ele seja equilibrado e atenda aos seus interesses.
Registre o contrato em cartório: Isso garante prioridade na aquisição do imóvel, além de tornar o contrato público e de conhecimento de terceiros.

Um contrato de locação comercial é fundamental para a segurança do seu negócio. Ele estabelece as regras, direitos e deveres de ambas as partes envolvidas.
Ao seguir os principais pontos de atenção e cuidados, você pode evitar problemas jurídicos e garantir um processo de locação tranquilo e bem-sucedido.
Para obter o máximo de segurança, contar com a ajuda de um advogado especializado em contratos imobiliários é altamente recomendado. Se você estiver pronto para encontrar o local perfeito para o seu negócio, essas dicas podem ajudar a garantir uma transação sem surpresas desagradáveis.
Se você precisar de assistência em questões relacionadas a contratos de locação comercial, lembre-se de que a C&M Advogados está à disposição para fornecer orientação e suporte especializado.

Como Realizar a Imissão na Posse de um Imóvel

Como Realizar a Imissão na Posse de um Imóvel

Você comprou um imóvel em um leilão e agora deseja garantir a posse desse bem? Neste artigo, vamos explicar o que é a imissão na posse e como esse procedimento é fundamental para garantir que você, como novo proprietário, tenha o direito de usufruir do imóvel.

O que é a ação de imissão na posse?

A ação de imissão na posse é um procedimento judicial necessário para que alguém, que adquiriu a propriedade de um imóvel, possa efetivamente ter a posse desse bem.

Em situações comuns, ao adquirir um imóvel, a pessoa é imitida na posse no momento do pagamento, ou seja, ela pode entrar e usufruir do imóvel imediatamente. No entanto, há casos especiais em que, mesmo após a aquisição, o novo proprietário não possui a posse do imóvel.

Um exemplo típico disso é quando se adquire um imóvel em leilão e o mesmo está ocupado por terceiros.

Requisitos da ação de imissão na posse

A ação de imissão na posse está prevista no artigo 1.228 do Código Civil. Esse artigo estabelece o direito do proprietário de usar, bem como o direito de reavê-la do poder de quem injustamente a possua ou detenha.

Portanto, para entrar com uma ação de imissão na posse, é necessário atender a determinados requisitos:

Propriedade

Quando dizemos que o autor da ação deve comprovar que é o proprietário do imóvel, isso significa que ele precisa ter evidências legais de que é o verdadeiro dono da propriedade. Essas evidências podem ser, por exemplo, o registro do imóvel em seu nome, um contrato de compra e venda, uma escritura pública ou qualquer outro documento legal que demonstre sua propriedade. Isso é fundamental porque a ação de imissão na posse é usada por quem possui a propriedade, mas não tem a posse efetiva do imóvel, devido à resistência dos ocupantes atuais.

Resistência dos atuais ocupantes

Para entrar com uma ação de imissão na posse, é necessário demonstrar que existem ocupantes no imóvel que se recusam a sair ou desocupá-lo. Em outras palavras, há pessoas ou terceiros que estão detendo a posse do imóvel de forma injusta, negando o direito do proprietário de usufruir do bem. Essa resistência pode ser demonstrada por meio de provas, como testemunhos, notificações para desocupação, ou qualquer outra evidência que mostre que os ocupantes não estão dispostos a sair pacificamente.

Perda do direito dos atuais ocupantes

Em certas situações, como no caso de imóveis leiloados, a resistência dos atuais ocupantes pode ocorrer após a compra do imóvel, mas o novo proprietário possui um título legal que lhe confere o direito de reaver a posse do imóvel. Por exemplo, se o imóvel foi arrematado em um leilão, a carta de arrematação é um documento que confere ao arrematante (novo proprietário) o direito de retomar a posse do imóvel, mesmo que existam ocupantes que se recusam a sair.

Vale ressaltar que a imissão na posse não deve ser confundida com a ação reivindicatória. A ação reivindicatória é usada por quem já teve a posse do imóvel, enquanto a ação de imissão na posse é usada por quem nunca teve a posse.

O mandado de imissão na posse

A ação de imissão na posse busca obter um mandado que autoriza o autor da ação a tomar posse do imóvel de forma legítima quando há resistência dos ocupantes anteriores.

Normalmente, esse mandado é emitido ao final do processo, mas em casos urgentes, como arrematação de imóveis, ele pode ser concedido por decisão liminar para garantir que o direito do autor seja respeitado sem demora.

Diferença entre imissão na posse e ações possessórias

É importante destacar a diferença entre a imissão na posse e as ações possessórias. A ação de imissão na posse baseia-se no direito de propriedade, enquanto as ações possessórias baseiam-se no direito de posse.

Portanto, a imissão na posse é usada por quem tem a propriedade do imóvel, mas não a posse, enquanto as ações possessórias são usadas por quem já possui a posse do bem.

Possibilidade de propor ação de imissão na posse antes do registro do imóvel

Uma decisão importante do Superior Tribunal de Justiça estabeleceu que é possível ajuizar uma ação de imissão na posse antes do registro do imóvel em nome do autor. Isso significa que o novo proprietário pode buscar a imissão na posse mesmo antes do registro formal da propriedade.

A ação de imissão na posse desempenha um papel crucial ao permitir que um novo proprietário, sem histórico de posse do imóvel, assegure seu direito de propriedade dentro da legalidade.

Caso você tenha alguma dúvida ou precise de orientação sobre esse processo, lembre-se de que a C&M Advogados está à disposição para esclarecer suas questões e prestar todo o suporte necessário.
Seu direito importa; estamos aqui para ajudar.

Distrato Imobiliário em Empreendimentos Multipropriedade – Seus Direitos e Como Garantir um Cancelamento Seguro

Distrato Imobiliário em Empreendimentos Multipropriedade – Seus Direitos e Como Garantir um Cancelamento Seguro

O distrato imobiliário representa um direito essencial que confere aos compradores de empreendimentos multipropriedade a prerrogativa de cancelar suas aquisições. No entanto, compreender os motivos legítimos para esse cancelamento, bem como as leis vigentes e os procedimentos necessários, é fundamental para garantir que o processo de distrato seja conduzido de maneira segura e dentro dos parâmetros legais.

Neste artigo, exploraremos em detalhes os aspectos relevantes do distrato imobiliário em empreendimentos multipropriedade, capacitando os compradores a exercerem esse direito de forma informada e resguardada.

Se você tiver dúvidas sobre o assunto, não hesite em entrar em contato com a equipe tributária da C&M Advogados. Estamos a disposição para ajudar com seus questionamentos.

Motivos para Distrato

O distrato em empreendimentos multipropriedade pode ocorrer por uma variedade de motivos legítimos, refletindo a complexidade das transações imobiliárias. Estes motivos incluem:

Atraso na entrega

Quando a construtora não cumpre o prazo de entrega acordado, o comprador pode ter fundamentos sólidos para o distrato. A não entrega do imóvel dentro do prazo pode afetar planos pessoais e financeiros.

Dificuldades financeiras

Mudanças na situação financeira do comprador, como perda de renda ou dificuldades em manter os pagamentos do financiamento, podem tornar a continuação do contrato de aquisição insustentável. O distrato pode oferecer alívio nesses casos.

Descumprimento contratual

Se a construtora ou incorporadora não cumpre com as obrigações contratuais, como fornecer um imóvel nas condições especificadas no contrato, o comprador tem o direito de considerar o distrato. Isso pode incluir deficiências na qualidade do imóvel ou a falta de serviços prometidos.

Perda de interesse

Em certos cenários, o comprador pode simplesmente perder o interesse no imóvel adquirido, seja devido a mudanças nas circunstâncias pessoais ou à descoberta de informações que afetam sua decisão. A capacidade de realizar um distrato nesses casos oferece uma saída legal e justa.

Cada um desses motivos é uma base legítima para o distrato, e compreender os direitos e opções disponíveis ao comprador em cada situação é crucial para garantir que o processo seja conduzido de forma segura e dentro dos parâmetros legais.

A Nova Lei do Distrato (2018)

Em 2018, uma nova lei relativa ao distrato imobiliário entrou em vigor, trazendo alterações significativas que favorecem os consumidores. Estas mudanças proporcionam maior segurança e garantias aos compradores, e incluem:

Reembolso de até 100%

Dependendo das circunstâncias, o comprador tem o direito de reaver até 100% do valor investido no imóvel. Isso significa que, se as condições para o distrato forem atendidas, o consumidor pode receber um reembolso completo dos valores pagos em situações como:

  • Atraso extremo na entrega: e a construtora estiver significativamente atrasada na entrega do imóvel, causando prejuízos substanciais ao comprador.
  • Deficiências graves na onstrução:Quando o imóvel apresenta problemas estruturais sérios que afetam sua habitabilidade e segurança.
  • Venda fora da sede do incorporador: Se a venda da multipropriedade ocorrer fora da sede do incorporador, o que é proibido por lei, o comprador tem direito ao distrato.
  • Publicidade enganosa: Quando o comprador foi levado a acreditar em informações falsas ou enganosas que influenciaram sua decisão de compra.

Essas são algumas das circunstâncias em que o comprador pode reivindicar o reembolso de até 100% do valor investido no imóvel, demonstrando a amplitude da proteção oferecida pela nova lei de distrato.

Distrato sem quitação

Uma das mudanças mais relevantes é que o cancelamento pode ser solicitado mesmo se o imóvel não estiver quitado. Isso oferece flexibilidade adicional aos compradores que enfrentam dificuldades financeiras ou desejam cancelar por outros motivos legítimos.

Reembolso em parcela única com correção monetária

A nova lei estabelece que a restituição dos valores deve ser realizada em parcela única, com correção monetária. Isso assegura que o comprador receba um valor atualizado, protegendo seu poder de compra.

Desobrigação de pagamento após decisão judicial

Uma vez que a decisão judicial confirme o direito ao distrato, o comprador fica desobrigado de seguir com o pagamento das parcelas, aliviando a carga financeira e proporcionando segurança jurídica.

Essas mudanças na lei fortalecem a posição dos compradores de empreendimentos multipropriedade, garantindo que possam exercer seu direito ao distrato de forma justa e segura, independentemente das condições financeiras ou do estágio de quitação do imóvel.

Multipropriedade e o Direito ao Distrato

A multipropriedade, que divide a propriedade de um imóvel entre vários proprietários por período determinado, apresenta desafios específicos para o distrato. A Lei de Distrato prevê que a rescisão do contrato de multipropriedade pode ocorrer em casos de atraso na entrega da obra ou venda fora da sede do incorporador. Nestes casos, os valores pagos devem ser devolvidos, podendo incluir multa compensatória.

Como Funciona o Cancelamento

O processo de cancelamento deve ser transparente e proteger os direitos do consumidor. No entanto, devido à relativa novidade da multipropriedade na legislação brasileira, é aconselhável buscar orientação de um advogado especializado para garantir um processo tranquilo e seguro de distrato.

Em resumo, o direito ao distrato imobiliário em empreendimentos multipropriedade é uma garantia importante para os consumidores. É essencial entender seus direitos, as mudanças na lei, e se você está considerando um distrato em um empreendimento multipropriedade ou enfrenta desafios relacionados a essa questão, não hesite em esclarecer suas dúvidas com a C&M Advogados.

Nossa equipe de profissionais altamente qualificados está à disposição para oferecer a assistência necessária e proteger seus interesses durante o processo.

Como Comprar e Vender um Imóvel Financiado com Segurança

Como Comprar e Vender um Imóvel Financiado com Segurança

No panorama do mercado imobiliário brasileiro, uma abordagem de pagamento se destaca como a preferida, representando cerca de 70% de todas as transações: o financiamento bancário.

Essa popularidade decorre da sua capacidade de transformar o sonho da casa própria em realidade, mesmo para aqueles que não dispõem do montante total do imóvel de uma só vez.

Entendendo o Financiamento Imobiliário

O que é um contrato de financiamento?

Em linhas gerais, o financiamento é uma modalidade de empréstimo na qual uma instituição financeira disponibiliza recursos financeiros a um mutuário com um propósito específico, como a aquisição de um imóvel, estabelecido por meio de um contrato formal.

No contexto dos imóveis, o procedimento se distingue por envolver um mecanismo denominado alienação fiduciária. Isso significa que o bem imóvel, no caso a propriedade adquirida, permanece registrada em nome da instituição financeira até que o devedor conclua o pagamento integral do empréstimo.

O contrato de financiamento em si tem o peso legal de uma escritura de imóvel, o que estabelece um vínculo jurídico sólido entre as partes envolvidas. No entanto, no registro do imóvel em questão, é destacada a existência da alienação fiduciária. Essa cláusula específica do registro imobiliário informa que o bem foi adquirido por meio de financiamento e está sob a posse da instituição financeira até a quitação total da dívida.

Pode-se vender um imóvel financiado sem quitar o financiamento?

Legalmente, não, e aqui está o motivo: O dono legal do imóvel é o banco que concedeu o financiamento até que o financiamento seja completamente quitado. Isso significa que o comprador que está pagando o financiamento não é o proprietário efetivo do imóvel até que todas as parcelas tenham sido pagas na íntegra. Portanto, vender o imóvel antes de quitar o financiamento não é permitido de acordo com a legislação.

No entanto, algumas pessoas recorrem ao chamado “Contrato de Gaveta” como uma alternativa. O contrato de gaveta é uma prática que não é legal e não é reconhecida pelas instituições financeiras. Nesse arranjo, o comprador assume o pagamento das parcelas, mas o banco não tem conhecimento da transferência de propriedade. Isso acarreta riscos significativos para ambas as partes envolvidas, uma vez que não há formalização pública e o banco ainda mantém o registro como proprietário. Isso significa que, se houver problemas, como inadimplência ou disputas legais, o banco continuará considerando o vendedor original como responsável pelo financiamento.

Formas de Vender um Imóvel Financiado

Pagamento à vista

Quando um comprador deseja pagar à vista, o primeiro passo é solicitar ao banco que concedeu o financiamento o cálculo do saldo devedor. Esse cálculo levará em consideração o valor que ainda precisa ser pago, incluindo eventuais abatimentos que possam ser aplicados. Após o pagamento desse valor, o banco emite uma carta de quitação. Essa carta deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis para que o vendedor possa efetivamente se tornar o proprietário do imóvel. Somente após essa transferência de propriedade, o vendedor poderá transferir o imóvel para o novo comprador. É uma opção adequada se o comprador tiver recursos para pagar à vista e quiser evitar o processo de financiamento.

Escrituração do imóvel

Após quitar o financiamento e obter a carta de quitação do banco, é necessário proceder com a escritura de compra e venda. Isso formaliza a transferência da propriedade do imóvel do vendedor para o comprador.

É crucial criar um contrato particular, onde ambas as partes estabelecem os termos da transação. O próximo passo é registrar essa escritura no Cartório de Registro de Imóveis, que oficializará a transferência de propriedade e registrará o novo dono. É um processo essencial para garantir a legalidade da venda.

Novo financiamento pelo comprador

Se o novo comprador não tem recursos para comprar o imóvel à vista, outra opção é realizar um novo financiamento com o banco que detém o financiamento existente. Nesse caso, o banco quita o saldo devedor do vendedor, e um novo contrato de financiamento é criado em nome do comprador. O vendedor recebe a parte correspondente após a quitação da dívida, e o comprador assume as parcelas do novo financiamento.

Essa abordagem pode ser útil quando o comprador deseja manter o financiamento em vigor.

Financiamento em outro banco

Se o comprador optar por financiar o imóvel por meio de outro banco, é necessário seguir um procedimento chamado “Interveniente Quitante.” Nesse processo, o banco do vendedor é pago e quita a dívida existente. Em seguida, o novo comprador assume um novo financiamento com o banco de sua escolha. O vendedor receberá a parte que sobrou após o pagamento do saldo devedor. Essa opção permite ao comprador escolher uma instituição financeira de sua preferência e pode envolver taxas e condições diferentes.

Em todas essas opções, é crucial buscar orientação legal e imobiliária especializada para garantir que sua transação seja realizada de acordo com as normas e regulamentos vigentes. Na C&M Advogados, estamos prontos para ajudá-lo em cada etapa do processo de venda de imóveis financiados. Nossos advogados experientes em direito imobiliário podem fornecer a orientação necessária para garantir uma transação segura e legal. Não hesite em entrar em contato conosco para obter assistência profissional e proteger seus interesses durante a venda do seu imóvel.

Cuidados Especiais na Venda de Imóveis Financiados

Buscar ajuda profissional

Envolver um Corretor de Imóveis e um advogado especializado em Direito Imobiliário é fundamental para garantir que o processo de venda do imóvel financiado ocorra de maneira correta.

Em todas as etapas da venda de um imóvel financiado, conte com a expertise de nossos advogados especializados em Direito Imobiliário. Nossa equipe está pronta para fornecer a orientação legal necessária para garantir que sua transação imobiliária seja segura e em conformidade com a legislação. Não arrisque, entre em contato conosco hoje mesmo para obter a assistência profissional que você merece. Sua tranquilidade é a nossa prioridade.

Retirar todas as certidões

Antes de finalizar a quitação de um financiamento ou efetuar uma compra à vista, é altamente recomendado verificar todas as certidões relacionadas ao vendedor e ao imóvel. Isso inclui certidões negativas de débitos, certidões de matrícula do imóvel e outras certidões que possam estar envolvidas na transação. Essa verificação é essencial para evitar fraudes, assegurar que o vendedor seja a parte legítima e que o imóvel esteja livre de quaisquer ônus que possam prejudicar a transferência de propriedade.

Evitar contratos particulares

É aconselhável evitar contratos não públicos, como o famoso “Contrato de Gaveta”. Esses contratos podem ser arriscados, pois não oferecem a segurança jurídica necessária. No caso do Contrato de Gaveta, o banco financiador não tem conhecimento da transferência, o que pode levar a complicações legais. Em vez disso, é preferível realizar a venda do imóvel de acordo com os procedimentos legais estabelecidos, incluindo a escrituração e o registro no Cartório de Registro de Imóveis, garantindo a transferência de propriedade de forma transparente e segura.

Seguindo essas práticas, os vendedores e compradores de imóveis financiados podem minimizar riscos e garantir uma transação imobiliária bem-sucedida e legal.
Lembre-se sempre de buscar a orientação de profissionais especializados e entender completamente os detalhes do seu contrato de financiamento. Dessa forma, você poderá realizar transações imobiliárias de forma segura e tranquila.

Para aconselhamento legal especializado em Direito Imobiliário e garantir uma venda sem complicações, entre em contato com a equipe de advogados da C&M Advogados. Estamos aqui para ajudar a tornar o seu processo de venda mais suave e seguro. Não hesite em nos contatar agora mesmo para obter a orientação de que você precisa. Sua tranquilidade é nossa prioridade.

Imóveis da Caixa em leilão: Onde encontrar e arrematar com segurança

Imóveis da Caixa em leilão: Onde encontrar e arrematar com segurança

Está em dúvida sobre como participar de imóveis da Caixa em leilão? Muitas pessoas encontram boas oportunidades para adquirir uma propriedade com um bom preço ao participar desta modalidade de evento.

Na verdade, o leilão é bom para ambas as partes.  A Caixa, que vende, na maioria das vezes pretende se livrar de uma dívida. Por outro lado, quem compra consegue preços menores que os praticados no mercado.

Logo, continue lendo este artigo para saber como encontrar bons imóveis e seguir todas as etapas de forma segura.

O que é o leilão de imóveis da Caixa?

Os imóveis da Caixa em leilão são propriedades que estão com contratos inadimplentes e passaram para execução da garantia de alienação fiduciária.

Isso significa que alguém fez a compra do imóvel, mas não honrou os compromissos.

A lei 9.514/97, que trata da alienação fiduciária, estabelece normas para que o procedimento ocorra por meio de um edital, com a data do evento, o lance mínimo, os meios de pagamento e a quem cabe pagar custos como o de impostos.

A definição de alienação fiduciária está presente no artigo 22 da lei mencionada, ao dizer que é “negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel”.

Se você deseja participar, o evento é aberto para qualquer pessoa jurídica ou física, contanto que seja maior de idade.

Porém, não podem participar pessoas que constam no 690-A do Código de Processo Civil, a exemplo de síndicos e membros do Ministério Público.

Como encontrar imóveis da Caixa em leilão?

Imóveis da Caixa em leilão

 Para participar de um leilão da Caixa, você pode procurar os imóveis no site oficial da instituição, neste link.

Todas as informações relevantes estão no portal e você vai encontrar ao buscar pelo imóvel.

Por exemplo, é possível saber se o imóvel aceita financiamento habitacional, parcelamento ou consórcio.

Entre as vantagens de adquirir uma propriedade neste formato pela Caixa está a economia de tempo, pois você já encontra imóveis prontos e com um preço acessível, sem necessariamente ter que aguardar as etapas de execução para construção do imóvel.

Tipos de leilão

O leilão pode ter licitação aberta ou fechada.

Quando a licitação é aberta, o evento pode ser online ou presencial. O arrematante que ofertar o melhor lance se torna o vencedor.

Já no caso da licitação fechada, é necessário enviar uma proposta de compra por escrito. Após a abertura dos envelopes sabe-se quem foi o vencedor, ou seja, quem deu o maior lance.

Converse agora com o advogado especialista

Como arrematar imóveis da Caixa em leilão com segurança?

Nem tudo é um mar de rosas para quem participa de um leilão de imóveis Caixa.

Pode haver problemas na arrematação imóvel de leilão Caixa caso você não entenda algumas questões jurídicas e financeiras que precisam ser estudadas com certa minúcia.

Alguns dos contratempos que podem surgir estão relacionados à matrícula do imóvel, que consta no edital e no site da Caixa.

A partir da análise da matrícula, você já saberá todo o histórico daquela propriedade, inclusive detalhes que podem tornar uma arrematação vantajosa ou não.

Por exemplo, se houver dívidas muito altas, pode ser que não compense participar se esses débitos ficarem por conta do arrematante.

Muitas vezes, também será preciso verificar processos judiciais para saber com mais detalhes que dívidas são essas.

É importante também verificar o edital, que contém toda a descrição dos bens.

Dica: não precisa se assustar com o edital, às vezes o documento possui mais de 90 páginas, mas a maior parte se refere à descrição da propriedade.

Se você não entende os termos jurídicos, nem sabe verificar quesitos relacionados à matrícula, recomendamos que conte com a ajuda de um advogado, para não ter prejuízos em sua compra.

Leilões de imóveis da Caixa: fale com o advogado especialista aqui

Métodos de pagamento

Para os imóveis da Caixa em leilão, existe a opção de financiamento ao utilizar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) como forma de pagamento, o que constará no edital do leilão, se for o caso.

Ou seja, não necessariamente você precisa pagar o valor do imóvel à vista no arremate.

Pode ser que, ao dar uma entrada, o edital preveja regras de parcelamento sem a necessidade de pagar os juros de financiamentos tradicionais.

As parcelas podem ser divididas em até 30 vezes, o que pode ser tornar um negócio bem atrativo.

 Está em dúvida sobre como proceder no leilão da Caixa?

Entre em contato com o advogado aqui.

Leilão de imóveis com dívidas: Como resolver?

Leilão de imóveis com dívidas: Como resolver?

Um leilão de imóveis com dívidas pode trazer problemas ao comprador da propriedade caso ele não tenha ciência de que débitos são esses.

Sabemos que você deseja evitar prejuízos na sua compra, não é verdade? Afinal, se as dívidas forem muito elevadas talvez nem compense adquirir o imóvel caso você tenha que arcar com os valores em atraso.

Por isso, vamos explicar neste artigo como proceder. Boa leitura!

Que dívidas podem existir no leilão de um imóvel?

Muitas vezes um imóvel vai a leilão porque o proprietário não quitou as dívidas de financiamento, condomínio ou IPTU.

Nesse caso, o adquirente será o responsável pela(s) dívida(s), que precisam ser quitadas no próprio leilão. Ou seja, o valor do lance será utilizado para quitar a dívida, mas se for superior ao lance vencedor, o comprador será responsabilizado pelo pagamento.

Vale lembrar que as dívidas, mesmo que não descritas no edital, podem ser cobradas do comprador do imóvel/arrematante.

Se você estiver em dúvida sobre a situação do imóvel no leilão em que deseja participar, consulte um advogado especialista em direito imobiliário.

O que fazer em caso de leilão de imóveis com dívidas

 

Leilão de imóveis com dívidas

Para saber se o leilão de imóveis com dívidas compensa ou se é melhor não participar dos lances, você precisa seguir alguns passos. Confira a seguir.

Leia o edital

Ler o edital é a etapa mais relevante para saber se um imóvel tem dívidas.

No edital constarão todas as dívidas do imóvel e a quem cabe quitá-las, tornando todo o procedimento transparente.

O edital é a “lei” do leilão. Lá estabelece os dias e horários dos leilões (1a e 2a praças) e as regras aplicáveis.

Verifique a matrícula

É preciso verificar também a matrícula da propriedade, que vai trazer todos os ônus do imóvel  e estipular todos os detalhes referentes à futura aquisição.

A matrícula contém o histórico do imóvel, como vendas já feitas no passado, hipotecas, financiamentos, penhoras, entre outros.

Dica: Se possível, obtenha uma versão atualizada para o dia do leilão do documento no cartório de registro da propriedade, ou seja, no Cartório de Registro de Imóveis.

Vale a pena destacar que um advogado o ajudará bastante nessas verificações, possui ele conhece as normas jurídicas referentes a todas as dívidas do imóvel que podem não estar explícitas em um primeiro instante.

Imovel de leilão com dívida: fale com o advogado especialista

Dívidas de condomínio e IPTU

Como funciona o IPTU em atraso e como quitar dívida de condomínio de imóvel de leilão?

De forma geral, as dívidas com cotas condominiais e IPTU são de responsabilidade do arrematante havendo ou não previsão detalhada no edital em razão de sua natureza propter rem (acompanham o bem).

Em todo caso, é importante obter junto à prefeitura também a certidão dos débitos de IPTU do imóvel atualizada antes de cada arrematação.

Assim, você poderá fazer comparações com os registros do município e a situação apontada pelo leiloeiro na documentação do leilão.

Em caso de dúvidas ou informações faltantes ou desatualizadas, sempre contate o leiloeiro, mas seja conservador(a) e coloque tudo na ponta do lápis para que a arrematação seja financeiramente vantajosa.

Contrate um advogado

Em muitas situações o leilão é uma forma de expropriar a propriedade de um devedor. Nesse sentido, o evento pode ser judicial ou extrajudicial.

Quando é judicial, existe um processo em andamento e o juiz decide que o imóvel seja leiloado para que o devedor pague a dívida com o arremate.

No caso extrajudicial, o leilão de imóveis com dívidas é comum, por exemplo, quando há um financiamento/alienação com pendências.

Em ambos os casos, o acompanhamento de um advogado se torna indispensável, seja para  acompanhar os processos judiciais em curso ou para garantir o resultado mais favorável possível ao comprador.

Dessa forma, você terá mais segurança ao fazer uma compra no leilão, pois o profissional especialista vai elucidar todas as questões que surgirem no procedimento.

Ou seja, ele vai proceder para:

  • análise criteriosa e precisa do edital, para evitar imprevistos na compra;
  • resguardar do comprador se houver dívidas não explícitas no edital, a exemplo de débitos de condomínio de imovel de leilão ou impostos em atraso;
  • renegociar dívidas de valores altos;
  • consultar fóruns e prefeituras de processos administrativos ou judiciais em curso;
  • solicitar a desocupação do imóvel, se estiver ocupado;
  • fazer a transferência de propriedade após o arremate.

Participar de um leilão de imóveis com dívidas não é algo tão simples, concorda?

Entre agora mesmo em contato com o nosso advogado especialista!

 

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