O distrato imobiliário representa um direito essencial que confere aos compradores de empreendimentos multipropriedade a prerrogativa de cancelar suas aquisições. No entanto, compreender os motivos legítimos para esse cancelamento, bem como as leis vigentes e os procedimentos necessários, é fundamental para garantir que o processo de distrato seja conduzido de maneira segura e dentro dos parâmetros legais.

Neste artigo, exploraremos em detalhes os aspectos relevantes do distrato imobiliário em empreendimentos multipropriedade, capacitando os compradores a exercerem esse direito de forma informada e resguardada.

Se você tiver dúvidas sobre o assunto, não hesite em entrar em contato com a equipe tributária da C&M Advogados. Estamos a disposição para ajudar com seus questionamentos.

Motivos para Distrato

O distrato em empreendimentos multipropriedade pode ocorrer por uma variedade de motivos legítimos, refletindo a complexidade das transações imobiliárias. Estes motivos incluem:

Atraso na entrega

Quando a construtora não cumpre o prazo de entrega acordado, o comprador pode ter fundamentos sólidos para o distrato. A não entrega do imóvel dentro do prazo pode afetar planos pessoais e financeiros.

Dificuldades financeiras

Mudanças na situação financeira do comprador, como perda de renda ou dificuldades em manter os pagamentos do financiamento, podem tornar a continuação do contrato de aquisição insustentável. O distrato pode oferecer alívio nesses casos.

Descumprimento contratual

Se a construtora ou incorporadora não cumpre com as obrigações contratuais, como fornecer um imóvel nas condições especificadas no contrato, o comprador tem o direito de considerar o distrato. Isso pode incluir deficiências na qualidade do imóvel ou a falta de serviços prometidos.

Perda de interesse

Em certos cenários, o comprador pode simplesmente perder o interesse no imóvel adquirido, seja devido a mudanças nas circunstâncias pessoais ou à descoberta de informações que afetam sua decisão. A capacidade de realizar um distrato nesses casos oferece uma saída legal e justa.

Cada um desses motivos é uma base legítima para o distrato, e compreender os direitos e opções disponíveis ao comprador em cada situação é crucial para garantir que o processo seja conduzido de forma segura e dentro dos parâmetros legais.

A Nova Lei do Distrato (2018)

Em 2018, uma nova lei relativa ao distrato imobiliário entrou em vigor, trazendo alterações significativas que favorecem os consumidores. Estas mudanças proporcionam maior segurança e garantias aos compradores, e incluem:

Reembolso de até 100%

Dependendo das circunstâncias, o comprador tem o direito de reaver até 100% do valor investido no imóvel. Isso significa que, se as condições para o distrato forem atendidas, o consumidor pode receber um reembolso completo dos valores pagos em situações como:

  • Atraso extremo na entrega: e a construtora estiver significativamente atrasada na entrega do imóvel, causando prejuízos substanciais ao comprador.
  • Deficiências graves na onstrução:Quando o imóvel apresenta problemas estruturais sérios que afetam sua habitabilidade e segurança.
  • Venda fora da sede do incorporador: Se a venda da multipropriedade ocorrer fora da sede do incorporador, o que é proibido por lei, o comprador tem direito ao distrato.
  • Publicidade enganosa: Quando o comprador foi levado a acreditar em informações falsas ou enganosas que influenciaram sua decisão de compra.

Essas são algumas das circunstâncias em que o comprador pode reivindicar o reembolso de até 100% do valor investido no imóvel, demonstrando a amplitude da proteção oferecida pela nova lei de distrato.

Distrato sem quitação

Uma das mudanças mais relevantes é que o cancelamento pode ser solicitado mesmo se o imóvel não estiver quitado. Isso oferece flexibilidade adicional aos compradores que enfrentam dificuldades financeiras ou desejam cancelar por outros motivos legítimos.

Reembolso em parcela única com correção monetária

A nova lei estabelece que a restituição dos valores deve ser realizada em parcela única, com correção monetária. Isso assegura que o comprador receba um valor atualizado, protegendo seu poder de compra.

Desobrigação de pagamento após decisão judicial

Uma vez que a decisão judicial confirme o direito ao distrato, o comprador fica desobrigado de seguir com o pagamento das parcelas, aliviando a carga financeira e proporcionando segurança jurídica.

Essas mudanças na lei fortalecem a posição dos compradores de empreendimentos multipropriedade, garantindo que possam exercer seu direito ao distrato de forma justa e segura, independentemente das condições financeiras ou do estágio de quitação do imóvel.

Multipropriedade e o Direito ao Distrato

A multipropriedade, que divide a propriedade de um imóvel entre vários proprietários por período determinado, apresenta desafios específicos para o distrato. A Lei de Distrato prevê que a rescisão do contrato de multipropriedade pode ocorrer em casos de atraso na entrega da obra ou venda fora da sede do incorporador. Nestes casos, os valores pagos devem ser devolvidos, podendo incluir multa compensatória.

Como Funciona o Cancelamento

O processo de cancelamento deve ser transparente e proteger os direitos do consumidor. No entanto, devido à relativa novidade da multipropriedade na legislação brasileira, é aconselhável buscar orientação de um advogado especializado para garantir um processo tranquilo e seguro de distrato.

Em resumo, o direito ao distrato imobiliário em empreendimentos multipropriedade é uma garantia importante para os consumidores. É essencial entender seus direitos, as mudanças na lei, e se você está considerando um distrato em um empreendimento multipropriedade ou enfrenta desafios relacionados a essa questão, não hesite em esclarecer suas dúvidas com a C&M Advogados.

Nossa equipe de profissionais altamente qualificados está à disposição para oferecer a assistência necessária e proteger seus interesses durante o processo.

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